sexta-feira, 27 de junho de 2008

Parto...

Eis que chegou o dia...o dia de partir...
Começar uma nova vida...
Já começaram as dores do parto..as contrações estão aumentando. A bolsa se rompeu e só exite uma alternativa: nascer...
Todo o parto é uma experiência traumática. Pois a única realidade que conhecemos é a do útero, onde vivemos. Durante a gestação dependemos do útero para viver. Nele nos alimentamos, recebemos proteção, e segurança. Mas chega um momento em que ele não nos suporta, porque crescemos. Aí este mesmo útero, responsável pela nossa sobrevivência, nos empurra para fora, literalmente nos expele.
Temos muito medo, pois não conhecemos para onde iremos. Iremos para o mundo. Teremos que conhecer essa nova realidade.
De repente nascemos... Nus, mal conseguimos abrir os olhos, e a única reação que temos é chorar!
Alguns nascem naturalmente, outros necessitam de uma ajuda externa para sair... e não faltam quem nos dá esse estimulo para nascer.
Nascemos absolutamente sós, esta é a primeira vez que nos deparamos com o fato de sermos indivíduos. Verdadeiros lobos solitários. Ninguém poderá passar pelo parto no nosso lugar.
Mas aí descobrimos que fora do útero existem muitas pessoas que nos esperam. Que estão dispostas a nos ensinar a descobria a vida, o mundo, o nosso caminho. Começamos a dar os primeiros passos, caímos e levantamos. E pronunciamos as primeiras palavras. Enfim, começamos a enxergar uma realidade muito mais ampla, cada vez maior que aquela que vivíamos antes.
Pois é, meus caros, eis que chegou a fase de mais um parto. Um novo ciclo começa em minha vida.
Por isso quero que saibam que todos vocês que já passaram em minha caminhada, deixaram um registro positivo nessa história.
Um novo homem começa a nascer, porém que não anula aquele o que existia antes, mas que parte desse pra ser cada vez melhor e buscar a felicidade! Estava sendo gestado, agora é hora de assumir a vida e crescer.
Alguns de vocês não estarão mais tão presentes devido a distância física resultante da mudança, outros, porém, retornarão ao meu convívio cotidiano. E haverá aqueles que conhecerei ainda. E assim a história continua...
Toda mudança acaba sendo um processo de crise... Por isso quero agradecer a todos vocês que participaram ou ao menos testemunharam essa crise... Vocês estão testemunhando o meu parto, isso os tornam cada vez mais significativos em minha vida. Deus Seja louvado por esse momento de Graça!!!

E cantemos todos como salmista:
"Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!" (Sl 117, 24).

domingo, 22 de junho de 2008

Somos sujeitos?

Por Fernando Geronazzo

Esta semana eu assisti um trecho do filme “o show de Truman”, lembra aquele do cara que participa de um reality show desde seu nascimento...

sempre ouvi falar no filme, mas nunca havia assistido, na verdade não assisti ao filme inteiro, mas a parte que eu assisti, da metade pro final, foi o suficiente pra fazer diversas reflexões... Principalmente a cena que mais me chamou a atenção foi no final quando ele enfim sai do mundo fictício em que vivia... Muito boa esta cena!
O enredo do filme nos convida a fazer uma questão significativa: Será que somos sujeitos da nossa vida? Ou ainda, que lugar ocupamos em nossas vidas? De protagonista ou coadjuvante? Eita nóis!

Vamos pensar na noção de sujeito...

Bem, imediatamente quando ouvimos o termo nos remetemos à aula de português, na análise sintática, onde o sujeito é um dos termos essenciais da oração responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Certo! Ao sujeito e atribuída uma informação, uma ação um estado, chamado predicado.

Mas o termo sujeito vem do latim Subjecto em contraposição à Objecto, donde vem os termos subjetivo e objetivo. Mas enfim, voltando a nossa questão inicial, á partir dessas informações nossa pergunta se enriquece quando indagamos: em nossas vidas somos sujeitos ou predicados? Ou se preferirmos: Somos sujeitos ou objetos em nossas vidas?

Creio que esta resposta não é tão simples, pois se olharmos para a nossa vida em determinadas situações nos tornamos não só objeto, mas escravos de nossa vida. Quando somos sujeitos os predicados estão a nossa volta e podemos ter uma noção do todo. Exercemos um certo domínio ou controle das diversas realidades que nos predicam, mas quando nos colocarmos na posição de predicados vemos parcialmente, perdemos o controle, isto é, não vivemos a vida a vida nos leva. E se olharmos na perspectiva do objeto, a consequência é pior ainda, nos tornamos escravos do que na verdade deveria ser objeto.

No caso de Truman, ele não era sujeito de sua vida, era até o astro principal, porém não regia de fato a sua vida. Na verdade sua vida era irreal, uma fantasia da cabeça do produtor do programa. Mas num dado momento Truman se deu conta de que tinha que assumir a sua vida, ser sujeito. Só que sua tomada de consciência não veio do nada, veio através de alguém que entrou em sua vida e que o fez perceber do que se tratava sua vida. Essa pessoa foi sujeita, pois agiu diferentemente do que lhe era proposto pelo script do show.

No nosso caso não estamos num show, nossa vida é real... Por isso não percamos tempo!
Então seja o astro da sua história!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Por que temos pressa?

Por Fernando Geronazzo

Ultimamente ando refletindo sobre a nossa pressa... Deparo-me com a impaciência que temos diante dos processos da vida. Nunca estamos satisfeitos com o presente. Queríamos estar em outro lugar, em outra situação. Muitas vezes queremos estar no futuro... É isso! Sem percebermos não conseguimos mais viver o hoje... Queremos ir direto para o amanhã. Nós não mais curtimos o momento presente. Ele passa tão rápido que quando vemos já é passado.

Sabe-se que a pressa é fruto da ansiedade. Somos ansiosos demais, não sabemos esperar. E esquecemos que a esperança é inclusive uma virtude. Mas eu percebi que quanto menos nós fizermos na vida, mais ansiosos e pressurosos ficamos. É só prestar a atenção quando nós estamos ocupados, envolvidos realmente no dia-a-dia da vida... Nem percebemos o tempo passar. Porém quando estamos parados, em casa, sem nada fazer...Não agüentamos, parece que o ponteiro dos segundos do relógio não se move. Marque um encontro, por exemplo, se a pessoa que você espera não for pontual... Que agonia... É horrível! E enquanto nós estamos no lugar marcado esperando, não queremos saber de mais nada, só que a pessoa chegue logo. E não vivemos aquele momento da espera. E quando eu falo de espera, estou me referindo a essa espera parada, apática.

Certa vez ouvi um pensamento que dizia que quem espera faz alguma coisa pra mostrar que está esperando. Por exemplo, a mãe que aguarda o filho que não vê há meses. Antes dela ir para o portão esperar seu eterno garoto, ela espera na cozinha, preparando a comida favorita dele, arrumando o seu quarto, deixando tudo pronto para a sua chegada. Será que nós sabemos ter essa espera ativa? O que você está esperando? Um emprego, uma boa notícia, um parente, a pessoa amada? Nós preparamos de fato o nosso coração para este feliz momento? O que eu faço hoje esperando o dia de amanhã? Só espero, parado? O amanhã depende do hoje.

Assim, chegamos à conclusão de que quanto maior for a pressa, maior é o sinal de que não estamos aproveitando a espera. Afinal já diz o ditado: “O apressado come...”

"A lentidão da nossa vida é tão grande que não nos consideramos velhos aos quarenta anos. A velocidade dos veículos retirou a velocidade às nossas almas. Vivemos muito devagar e é por isso que nos aborrecemos tão facilmente. A vida tornou-se para nós uma zona rural. Não trabalhamos o suficiente e fingimos trabalhar demasiado. Movemo-nos muito rapidamente de um ponto onde nada se faz para outro onde não há nada que fazer, e chamamos a isto a pressa febril da vida moderna. Não é a febre da pressa, mas sim a pressa da febre. A vida moderna é um lazer agitado, uma fuga ao movimento ordenado por meio da agitação" (Fernando Pessoa)


domingo, 8 de junho de 2008

Nossa história

A vida acontece na história, e essa história é construída num movimento de continuidades e descontinuidades... Esses são os cilclos da vida. Em cada um desses ciclos, que muitas vezes parecem até que se repetem, nunca deixamos de colher frutos... Descobrimos uma coisa nova da vida, uma realidade nova a nosso respeito, talvez um defeito ou uma qualidade. Mas uma coisa é clara: nunca continuamos os mesmos! De modo que só aprendemos a viver vivendo, como só se aprende a amar amando.
E nessa caminhada da história, não passamos simplesmente, nós fazemos a história... E nesse caminho encontramos e nos deixamos encontrar por aqueles que também estão construindo a sua história... Aí, nos percebemos como pessoas, pois ser pessoa supõe relação. E nessas relações aprendemos e aprendemos... Só aprendemos... A ser GENTE. Cada uma dessas pessoas deixa marcas, registro em nossas vidas. Às vezes, não sempre, deixam registros negativos, mas esses são superados pela grande maioria de registros positivos, pois esses são os que ficam...
Mas nós também deixamos registros positivos nestas pessoas... Eu espero poder sempre ter deixado registros positivos nas vidas de todas elas, mas se deixei algo ruim... Também temos a certeza que pudemos crescer juntos no exercício do perdão e do diálogo... Essa experiência nos remete a um outro dado do ser humano: ser imagem e semelhança de Deus!
Ah! Deus é Aquele que sonha... Sonha e propõe caminhos para nos conduzir a uma única meta: a FELICIDADE... E nos deu a liberdade para caminharmos em direção a essa meta... E para isso é preciso fazer escolhas... E ao escolhermos também renunciamos... Renunciamos por amor não só a Deus, mas a nós e àqueles que amamos...
Eis, portanto, um novo tempo... Tempo de continuidade ou de descontinuidade? Não sabemos... Mas a certeza que temos é a que o amor de Deus em nossos corações nos dá força e confiança para continuarmos com Ele a construção da nossa história!