quinta-feira, 18 de março de 2010

A "mina/mano"...



Neste mês, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. É um período que em que se destaca, com maior intensidade, a luta das mulheres para alcançarem a dignidade merecida e uma igualdade de valor diante dos homens. Igualdade essa que se configura de diversas maneiras, desde o campo profissional, social, financeiro, religioso. Enfim, uma infinidade de questões que merecem o nosso apreço e apoio.

Porém, hoje eu vi algo que me chamou a atenção para esse aspecto: mulheres que querem ser iguais ao homem naquilo que ele tem de pior.
Estava na minha jornada cotidiana no metrô, quando embarcou uma mulher com uma jaqueta do Corinthians (aviso que sou corintiano também), com pinta de malandra empurrando todo mundo que ocupava um espaço, conseguido com suor, dentro do vagão.

Como se não bastasse a “sutileza” da moça, que tinha um rosto bonito por sinal, uma música em estrondoso volume vinha de sua direção. Não sei dizer que estilo, mas se eu fechasse os olhos eu poderia imaginar um “mano” dos invocados.
Era notável o incomodo das pessoas ao redor. Mas quem tinha coragem de reclamar com a “mina-mano”. Eu rezava para o condutor do trem soltar aquela mensagem pelo auto-falante: “o volume do seu aparelho sonoro pode incomodar os demais usuários...” Mas creio que pelo comportamento da sujeita, a mensagem não iria adiantar.

De repente, Deus parecia ter ouvido as nossas preces. A música parou! Como se eu já tivesse visto o cúmulo do que é tosco, a “pessoa”, tirou o bendito telefone celular do meio dos seios. A cena ridícula tornava-se cômica, pois além do celular (que era dos grandes), que parecia estar lá no fundo, pois tamanha era a dificuldade com que ela tentava encontrá-lo, ela começou a puxar um fone de ouvido (que não sei por que não estava usando)... Estava mais parecendo a maleta do Gato Félix. Faltava pouco para ela puxar a carteira, agenda, maquiagem. Tudo ali dentro.
Quando, enfim, achou o celular, o que ela fez? Colocou em outra música... Começou tudo de novo. Aí ela começou o trabalho inverso de guardar tudo de novo no seu “sutiã de utilidades”.
Aí, toca escandalosamente o telefone. Ela atende não menos escandalosamente:

 – Alô!?
– E aê mano! Firmeza?
[...]
– Ontem? Eu fui pro bar ver a vitória do curintia...
– Fui ver meu timão.... Seleção...
– Bebi pra c@#%&*! ... Desci umas três breja.
[...] Depois, arrumei uma treta com um maluco lá... Mó folgado o vacilão...

Enfim... Assim foi a tortura até chagar à estação Paraíso. Que fez jus ao nome para todos os passageiros que não aguentavam mais o falatório da “indivídua”, que lá desembarcou, ainda no alto papo com o mano.

Pois bem. Concordo com toda e qualquer luta por igualdade de gênero. Mas, por favor! Mulheres, não percam aquilo que lhe é próprio: a delicadeza de ser, a sensualidade, a maturidade, a feminilidade, maternidade... E claro, não percam também a fibra, convicção, segurança e determinação.
Buscamos na mulher, e não é diferente o inverso, alguém que nos complete, que nos complemente. Se for para quebrar as diferenças, pelo amor de Deus, tentem ser iguais a nós homens em alguma coisa que seja boa, se é que há. Por isso, digo para que sejam o que pode haver de melhor no mundo: Mulher.