quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Em quem (não) votar?



Prezados,
Já de saco cheio de tanta falácia em torno destas eleições, partilho a reflexão do blog de uma grande amiga minha.
Antes disso, quero deixar claro que não quero abrir discussão nem nada parecido. Só quero dar o meu pitaco. Já que todo mundo tem uma palavra "oficial" em nome da moralidade católica...
Sabe, às vezes penso que defendemos mais a "Igreja" do que o próprio Cristo...
Não votar nesse ou naquele candidato por não concordar com seu posicionamento diante daquilo pelo qual é eleito: o exercício da democracia, é uma coisa... Agora, ficar com "discusrsinho" espalhando por ai o medo ou visões unilaterais sobre certas convicções dos candidatos... enfim
Só queria que me apontassem um candidato [à presidência da república] que seja contra a descriminalização do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo, entre outras...
Sejamos maduros pra ter noção que este tipo de questão não será decidida apenas pelo presidente da república. Quando tais projetos chegarem em suas mãos já terão passado pelo Congresso...
Tem algum ingênuo que pensa que algum desses candidatos dirá "Bem, vou vetar isso porque sou católico apostólico romano". Ah! Pelo amor de Deus! Um candidato vai se indispor com a maioria parlamentar, acreditando que isso foi discutido e debatido nas comissões e no plenário? Bem, infelizmente a maioria dos parlamentares não irá discutir isso de verdade...
Mas e aí? Se tudo isso for aprovado perdemos uma batalha? Ei, onde está a missão primeira de nós, cristãos, de evangelizar?
Até quando vamos ficar nos respaldando em leis para anunciar o que acreditamos?
Não se trata aqui de se resignar com as coisas. Mas, meu Deus, é nessas ocasiões que vamos, de fato, saber o que significa anunciar o que acreditamos.
O púlpito, nossa ação pastoral e, sobretudo, nosso testemunho de vida que são capazes de fazer acontecer o Reino de Deus entre nós.
Enfim, chega uma hora que temos que desabafar. Mais do que nominar em quem não devemos votar, precisamos mostrar com nossa vida em quem de fato acreditamos, o que buscamos.
É preciso que formemos em nossas comunidades pessoas que sejam capazes de ser presença viva e eficaz de nossos valores no mundo da política. Precisamos proporcionar debates e reflexões maduras acerca da política e de tudo o que a envolve.
Agora, tomemos consciência que independentemente do que o Estado, que cada vez mais se afirma como laico, pense e decida, nossa missão é gerar uma consciência ética em nossos irmãos na fé, para que possam optar pelo o que não convém, movidos pela fé, pela coragem de contradizer o mundo, não simplesmente por que é proibido pela lei civil. Do contrário, nunca conseguiremos mostrar para as pessoas o Caminho, a Verdade e a Vida que definem o próprio Jesus.

Quanto ao blog que citei acima, confiram: http://rosanamanzini.com/Blog/?p=336

2 comentários:

FLAVIO disse...

Estou convencido de que o Reino não se anuncia com proibições, normas,picuinhas, mas como disse o amigo, com testemunho dqaquilo que de fato acreditamos, não no que nos convem..

4lê disse...

Fernando, concordo contigo. Chego a ter medo deste cheiro de teocracia, retorno da cristandade, que sinto por parte de alguns católicos. Novos tempos requerem novas respostas e temos aparato suficiente para construí-las. Alegria e Esperança até o Fim.